A Seção de Armamentos era a seção responsável pela manutenção dos sistemas de armas dos P-47D e pelo municiamento dos mesmos, o que incluía funções que iam desde a montagem da fitas de munição das metralhadoras até o transporte de bombas e munição a partir do depósito em Livorno para as bases de Tarquínia e, posteriormente, Pisa. O municiamento era feito de acordo com as ordens do Oficial de Operações, que especificava o armamento adequado para as missões seguintes.

Para comandar a Seção de Armamentos, o Coronel Nero Moura nomeou inicialmente o 1º Ten. Av. Newton Neiva de Figueiredo e o Aspirante Jorge da Silva Prado. Neiva, entretanto, foi logo nomeado para a Esquadrilha Azul, ficando a chefia da Seção de Armamentos com o 1º Ten. Av. Felino Alves de Jesus, tendo como subchefe o Asp. Jorge da Silva Prado e o 1º Sgt. João Ribeiro Casas Costa como chefe do material bélico e inspeção técnica. Felino inicialmente era do setor de radar (oficialmente chamado de "Interceptação Controlada"), mas com a ausência de aeronaves inimigas na região o setor foi desativado e Felino aproveitado na Seção de Armamentos.

Podia-se dividir a seção de armamentos em dois blocos: o pessoal que trabalhava na pista, armando as aeronaves e fazendo as verificações de rotina quando da chegada destas, e o pessoal que trabalhava na retaguarda, montando fitas de metralhadoras, transportando munição e fazendo as demais manutenções e consertos que não podiam ser efetuadas na pista.

Como as missões começavam com o clarear do dia, o dia da seção de armamentos começava por volta das 05h00 da manhã. Os cabos e sargentos da seção dirigiam-se para a pista de modo a executar o "proof of fire", que era a "prova de fogo", ou seja, as metralhadoras (desarmadas) eram desengatadas e testadas, bem como os cabides de bombas. Para facilitar a identificação, as metralhadoras Browning M2 eram numeradas de 1 a 8, sempre a partir da mais externa da asa esquerda. Os Thunderbolts eram, então, armados e partiam em missão. Como as missões duravam, em média, duas horas, após a partida dos caças os cabos e sargentos de armamentos somente então tinham tempo para ir até Pisa tomar o café da manhã e voltar à pista, aguardando e torcendo pela volta dos pilotos.

A checagem dos sistemas de armas dos Thunderbolts ocorria assim que estes retornavam de suas missões, ficando as aeronaves imediatamente prontas para novas missões, a menos que um problema mais grave fosse identificado. Problemas nas armas relatados pelos pilotos eram imediatamente verificados, enquanto o piloto dirigia-se à Seção de Operações fazer o relatório da missão.

As bombas eram trazidas do depósito numa carreta puxada por caminhão, com cerca de 30 a 40 bombas (num total de 7,5 a 10 toneladas) transportadas por vez. Uma vez na base, eram descarregadas e colocadas em cavaletes, com a ajuda de um pequeno guindaste próprio, de onde eram transportadas para a pista e carregadas nas aeronaves. Já a munição calibre .50 ficava armazenada em caixotes de madeira, colocadas em local afastado da pista, porém a céu aberto. Para garantir a vedação contra a água, a munição já era entregue em caixas de papelão enceradas que, por sua vez, eram colocadas dentro de latas que eram colocadas dentro dos caixotes de madeira.

Nas barracas de remuniciamento, as caixas de munição .50 eram abertas e as fitas que municiavam as metralhadoras eram montadas. Os cartuchos de munição tinham suas pontas pintadas de acordo com seu tipo e eram montados nas fitas seguindo a seguinte ordem, um cartucho por vez: traçante, perfurante, incendiário, perfurante, incendiário. Era comum os pilotos solicitarem um aumento na quantidade de munição incendiária, visando maior precisão e dano nos ataques, mas este procedimento era proibido por superaquecer a alma (parte interna) dos canos das metralhadoras, causando perda de precisão de tiro.