Metralhadoras Browning 12.7mm AN/M2

O P-47 Thunderbolt tinha como armamento principal oito metralhadoras Browning AN/M2 de 0.50 pol (12,7 mm), também chamadas de "ponto-cinquenta" pelo seu calibre em polegadas, com cadência de disparo de até 800 tiros por minuto e com os tiros das metralhadoras convergindo a aproximadamente 350m à frente da aeronave. De acordo com o padrão de harmonização das metralhadoras utilizado essa distância podia variar, bem como a largura da faixa na qual os projéteis se concentravam.

No P-47 os canos das M2 eram recobertos com uma luva de metal cromado, cuja função era a de ajudar tanto na na refrigeração (o metal tem uma condutividade térmica maior que a do ar) quando as metralhadoras eram disparadas, como no aquecimento das mesmas durante o vôo, 'fechando' o circuito do sistema de aquecimento do cofre das metralhadoras. Quando da aeronave no solo, os canos tinham sua boca tampada por um plug (peça nº 89073127 do catálogo de peças do P-47), feito de laminado fenólico à base de papel, para evitar a entrada de poeira no pátio e durante a decolagem, sendo ejetado quando a metralhadora era disparada.

A sequência mais comum de projéteis nas fitas de munição era a repetição da sequência traçante (ponta vermelha) - perfurante (ponta prata) - incendiária (ponta azul) - perfurante (ponta prata) - incendiária (ponta azul). Essa sequência, entretanto, podia ser alterada a pedido do piloto. Não eram incomuns pedidos para aumentar a quantidade de projéteis incendiários o que, apesar de trazer melhores resultados, causava um superaquecimento dos canos das metralhadoras com o consequente desgaste de sual alma (parte interna do cano) e era proibido pela chefia da seção de armamentos.

Bombas de Demolição AN-M43 / M64 / M65

Bomba de demolição é aquela cujo efeito destrutivo é causado pela força de sua explosão. Eram usadas contra edificações e outras estruturas como pontes e linhas ferroviárias. Foram usadas bombas AN-M43 e AN-M64 de 500 libras (227kg) e AN-M65 de 1000 libras (454 kg), que recebiam listras amarelas de acordo com o tipo de explosivo que carregavam.

  • Uma listra - TNT
  • Duas listras - 'Composition B' ou simplesmente 'Comp B', uma mistura de 60% de RDX e 40% de TNT, mais potente que o TNT puro.

Foram lançadas 4.180 bombas de 500 libras pelos P-47 do 1º GAvCa, enquanto apenas 8 bombas 1000 libras foram utilizadas em uma única missão contra o aeródromo de Ghedi, com resultados nulos ( Vide artigo A Única de Mil e Missão 243).

Bombas de Fragmentação AN-M81 / M82

Bomba de fragmentação é aquela cujo efeito destrutivo é causado pelos estilhaços de seu invólucro, lançados em alta velocidade pela força de sua explosão e são especialmente eficazes no uso anti-pessoal. As M82 eram carregadas em clusters M27, com seis bombas por cluster num total de 12 por aeronave enquanto as M81 eram carregadas uma em cada asa. Foram usadas 16 bombas M81 de 260 libras, sendo 8 bombas na Missão 334 e 8 na Missão 439. Nesta última elas acabaram não sendo utilizadas e foram lançadas no mar, já que era proibido o pouso da aeronave com bombas nos cabides. Com relação às 72 bombas M82 de 90 libras utilizadas, foi possível identificar até o momento o uso de 24 delas na Missão 337, contra posições de artilharia.

Lançadores M15 / Foguetes M8

Durante a campanha, uma das mais controversas modificações executadas nos caças do Grupo certamente foi a instalação dos lançadores triplos M15 para foguetes M8A2, de 4.5 polegadas, dos quais foram utilizados 850. A intenção era fornecer maior poder de fogo contra veículos blindados e fortificações. Uma das primeiras aeronaves a sofrer as necessárias modificações na cabine, na instalação elétrica e na parte inferior das asas para receber o lançador triplo foi o P-47-25-RA nº 42-26786 "1", do Maj. Av. Nero Moura, sendo que a última foi o P-47D-27-RE nº 42- 26786 "D4", do Ten. Av. Rui Moreira Lima. De eficiência altamente questionável, o lançador triplo foi mais um estorvo do que uma arma eficaz. As aletas de direcionamento dos foguetes M8A2 abriam-se em momentos distintos, causando uma trajetória helicoidal e prejudicando sua precisão. Além do que, o tubo de lançamento causava grande arrasto aerodinâmico. Em pouco tempo, os pilotos do 1º GAvCa passaram a ter verdadeira aversão a essa arma e sua quase inexistente eficiência, já que expunhamse ao risco de serem abatidos ao utilizar uma arma que dificilmente cumpriria seu papel.

"O que ele (o 'D4') não gostava muito de usar eram aqueles seis foguetes calibre 105mm. Aliás, ele se sentia mal quando o obrigavam a voar com aquela tralha sob as asas. Muitas vezes me segredava: 'Tira esse troço que me atrapalha o vôo, e eu te compensarei com o resultado obtido com as metralhadoras'. Eu ouvia e aconselhava calma. Havia de chegar o dia em que o Oficial de Operações tomaria a decisão de nos livrar daquilo."

Rui Moreira Lima, no livro "Senta a Pua"

Bombas Incendiárias - FTI

As bombas incendiárias (FTI - Fuel Tank Incendiary) nada mais eram do que tanques alijáveis de combustível (de 75, 110 ou mesmo 150 galões) que eram cheios com combustíveis como gasolina ou óleo diesel gelificados com um composto à base de sais de alumínio dos ácidos naftênicos e palmítico (daí o nome Napalm), e os quais tinham a tampa substituída por um detonador. O 1º GAvCa fez uso de um total de 116 FTI's.