Os Thunderbolts inicialmente destinados ao 1º Grupo de Aviação de Caça foram enviados diretamente da fábrica da Republic Aviation à Itália já com as marcações da Força Aérea Brasileira. Ao longo da Campanha da Itália, entretanto, códigos e marcas foram adicionados e / ou modificados conforme a necessidade.
Insígnias
Os P-47D do lote inicial recebido pelo 1º GAvCa já vieram dos EUA com as insígnias aplicadas segundo o padrão adotado pela FAB, com a insígnia desta apenas sobre as superfícies superiores e inferiores de cada asa. Ainda como marca de nacionalidade, o leme de todas as aeronaves tinha a metade anterior pintada em verde e a posterior em amarelo.
Após o início das operações, entretanto, ocorreram problemas de identificação de caças da FAB por desconhecimento das marcações brasileiras, havendo mesmo incidentes onde caças brasileiros quase foram atacados por caças aliados. Foi decidido, então, que as insígnias dos caças da FAB seguiriam o padrão da USAF, facilitando sua identificação. A 'Star and Bar" americana foi aplicada na fuselagem dos caças do 1º GAvCa (onde antes não havia insígnia alguma), bem como na superfície superior da asa esquerda e inferior da direita, com estrela da FAB aplicada sobre a estrela americana.
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Versão original da estrela da FAB, era aplicada em quatro pontos nas asas, nas superfícies inferiores e superiores de ambas as asas. Não era aplicada na fuselagem. Após a introdução da "star and bar" americana sob a estrela da FAB, ainda podia ser vista na superfície superior da asa direita e na inferior da asa esquerda de algumas aeronaves. |
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Variação da Type 3b americana sem o contorno em azul e versão mais comum da insígnia utilizada pelos Thunderbolt do 1º GAvCa. Nada mais era do que a 'Star and Bar' da USAF onde, sobre a estrela americana, era aplicada a estrela da FAB. Era aplicada em ambos os lados da fuselagem, na superfície superior da asa esquerda e na superfície inferior da asas direita. |
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Versão da Type 3b americana original com estrela da FAB aplicada sobre ela. Nos aviões de reposição originários dos estoques da USAAF, por já estar a insígnia americana aplicada na aeronave, a estrela da FAB era adaptada à americana, ficando mais 'magra'. O contorno azul também aparece em alguns Thunderbolts camuflados. |
É possível encontrar fotos com variações dessas aplicações como, por exemplo. contorno branco em volta da estrela, ausência do Cruzeiro do Sul na insígnia e até mesmo pintura invertida, como sob a asa direita do "1" de Nero Moura. Assim sendo, afirmar se um Thunderbolt em particular tinha ou não esta ou aquela insígnia ou marcação pode ser uma pergunta difícil de responder sem fotografias de referência.
Número de Série
Os P-47 do 1º GAvCa mantiveram na cauda seu número de série USAAF, pintado em amarelo (aeronaves verde/cinza) ou preto (aeronaves em metal natural) na empenagem vertical. O serial FAB seria designado e aplicado às aeronaves remanescentes apenas após a chegada destas ao Brasil.
O número de série USAAF era pintado com a omissão do primeiro dígito e do hífen separador. Por exemplo, se o número de série USAAF da aeronave era 42-26450, o número pintado na cauda era 226450. Os dois primeiros dígitos antes do hífen indicam o ano fiscal com cuja verba a aeronave foi paga. Ou seja, o 226450 pintado na cauda indica que seu serial completo era 42-26450 e que foi a aeronave de número 26.450 a ser comprada pelo governo americano com verba do ano fiscal de 1942 (e não necessariamente fabricada em 1942). Não por acaso o serial também era chamado de "FY number", onde "FY" significa "Fiscal Year" (Ano Fiscal).
A especificação da USAAF ditava que nos P-47D-5 e posteriores o número de série deveria estar centralizado verticalmente com a dobradiça central do leme, mas as fotos mostram que na prática poderia haver algumas pequenas variações para cima ou para baixo. Os dígitos mediam 7.5 polegadas (19,05 cm) de altura e 5 polegadas (12,7 cm) de largura, com um espaçamento de 1 polegada. (2,54 cm) entre eles.
Código de Esquadrilha
Em Tarquínia os P-47 do GAvCa passaram a receber códigos alfanuméricos que tinham por base o padrão utilizado nos demais esquadrões do 350th Fighter Group. Consistia em uma letra (de A a D) identificando a esquadrilha, seguida de um número (de 1 a 6) identificando a aeronave dentro da esquadrilha.
- A - 1ª Esquadrilha (Vermelha)
- B - 2ª Esquadrilha (Amarela)
- C - 3ª Esquadrilha (Azul)
- D - 4ª Esquadrilha (Verde)
A diferença para o padrão americano era a exclusão do primeiro dígito (5, 6 ou 7) que identificava o esquadrão ao qual a aeronave pertencia - 345th, 346th ou 347th Fighter Squadron. Por exemplo, o P-47 '6B4' (última foto do conjunto abaixo) pertencia ao 346th Fighter Squadron e dentro da esquadrilha 'B' era o 4º avião. Como o "Senta a Púa" era equivalente a um esquadrão americano, o dígito antes do código de esquadrilha foi omitido. Caso não o tivesse sido, a identificação de nossos aviões provavelmente seria 1A1, 1D4, 1C5, etc.
Era pintado dos dois lados da cobertura do motor, em branco nas aeronaves camufladas e em preto nas aeronaves com acabamento em metal natural. Inicialmente, o número '1' pintado após a letra de esquadrilha (A1, B1, C1, D1) identificava o líder, um '2' o segundo em comando e os demais (de 3 a 6) eram dados aos pilotos por ordem de antiguidade. Com o decorrer da campanha, até pela falta de pilotos de recompletamento, essa ordem por antiguidade acabou sendo deixada de lado e não faltaram casos como, por exemplo:
- Aspirante João Milton Prates assumindo a titularidade do "C1" após o afastamento do Capitão Fortunato, líder da Esquadrilha Azul, que terminou a campanha liderada pelo Capitão Horácio.
- Aspirante Fernando de Barros Morgado assumindo a titularidade do "B1" após a queda do Capitão Joel, líder da Esquadrilha Amarela, que deixou de existir.
- Aspirante Diomar Meneses assumindo a titularidade do "A1" após o afastamento do Capitão Lafayette, líder da Esquadrilha Vermelha, que terminou a campanha liderada pelo Ten. Dornelles.
- Tenente Armando de Souza Coelho assumindo a titularidade do "A2" após a queda do Capitão Kopp, segundo em comando da Esquadrilha Vermelha.
As exceções a esse esquema eram as aeronaves do Comandante do Grupo (Ten. Cel. Av. Nero Moura) e do Oficial de Operações (Maj. Oswaldo Pamplona Pinto, depois substituído pelo Capitão Newton Lagares) que tinham aplicados apenas os números '1' e '2' representando, respectivamente, o Comandante do Grupo e o Oficial de Operações.
Bolacha do "Senta a Pua"
O Avestruz Guerreiro era aplicado na lateral direita dos P-47, logo atrás dos "cowl flaps". Criada pelo Cap. Fortunato Câmara de Oliveira durante a travessia dos EUA para a Itália, a bolacha com o "Avestruz Guerreiro" foi aplicada às aeronaves usando máscaras feitas com chapas metálicas, sendo o lema "Senta a Púa" escrito à mão. O Ten. Pedro de Lima Mendes, auxiliado pelo Asp. Attilio Bocchetti - que além de Chefe do Suprimento Técnico também era um artista talentoso - fez as máscaras, enquanto o 2º Sgt. José Adolfo Teixeira e o 2º Sgt. Claudio de Andrade Dias e sua equipe de pintura providenciaram a aplicação do avestruz nas aeronaves.
"Fora ele (Fortunato) quem, durante os dias ociosos da travessia no Colombie, compusera o emblema do Grupo com o avestruz que depois se tornaria célebre (...) E fora um outro piloto da mesma esquadrilha, o folclórico Limatão, quem labutara várias semanas em Tarquínia à testa de uma equipe de sargentos e soldados, manuseando moldes de lata recortada, para pintar o emblema nos narizes dos aviões"
Brig. Luiz Felipe Perdigão, no livro "Missão de Guerra"
São perceptíveis sutis diferenças entre as bolachas pintadas no começo da Campanha e as pintadas nos aviões de reposição, especialmente nos últimos a entrarem em serviço, o que leva a crer que, apesar da semelhança dos desenhos, houve pelo menos dois moldes diferentes para a pintura da bolacha, o segundo certamente feito devido ao desgaste do primeiro.
Sobre a bolacha, vide A Origem Do Avestruz Guerreiro.
Superfícies Externas
Segundo o "Erection & Maintenance Manual - P-47 Series" (AN 01-65BC-2), os P-47 da USAAF deveriam ser camuflados da seguinte forma:
- Todas as superfícies superiores deveriam ser pintadas na cor Olive Drab nº 613. Essa cor deveria se estender pela lateral da fuselagem e todas as superfícies similares de modo que nenhuma superfície pintada em Neutral Gray ficasse visível quando a aeronave estivesse em voo nivelado e fosse vista de cima dentro de um ângulo de até 30º a partir de linhas verticais tangentes à aeronave.
- Todas as superfícies inferiores deveriam ser pintadas na cor Neutral Gray nº 603
- Não deveriam ser utilizadas máscaras na separação das cores. As linhas de demarcação seriam eliminadas tanto quanto possível transicionando as cores na linha de junção com o uso da pistola de pintura.
- A partir do P-47D-20 s/n 42-25274, a camuflagem não seria mais aplicada na fábrica, com exceção do painel antirreflexo (anti-glare) na parte superior da fuselagem, pintado em Olive Drab nº 613.
P-47 Thunderbolt exibindo a camuflagem em Olive Drab / Neutral Gray conforme a especificação USAAF.
Os P-47 do 1º GAvCa eram todos iguais ou superiores à série D-25, posteriores ao P-47D-20 s/n 42-25274, e supõe-se que a aplicação da camuflagem nas aeronaves possa ter sido solicitação da Força Aérea Brasileira. Como a camuflagem era aplicada à mão livre, as linhas de separação entre as duas cores da camuflagem variavam bastante de uma aeronave para outra, tanto no número de curvas como no formato destas, sendo bastante difícil encontrar dois Thunderbolts onde elas fossem exatamente iguais.
Cor | Código ANA | Código FS (aproximado) |
---|---|---|
Olive Drab | 613 * | 34087 / 34088 |
Neutral Gray | 603 | 36173 |
* O antigo Dark Olive Drab ANA 41, mais escuro e definido pelo Joint Army-Navy Aeronautical Board (ANA) como padrão em setembro de 1940, foi subsituido pelo Olive Drab ANA 613, mais claro, em setembro de 1943. Alguns estudiosos, entretanto, afirmam que quando a nova diretriz finalmente chegou às fábricas, a USAAF logo em seguida alterou novamente as diretrizes para que as aeronaves deixassem de ser camufladas, ficando com seu acabamento em metal natural. Com isso, o ANA 613 teria sido utilizado em um número reduzido de aeronaves. Como, até o momento, é impossível comprovar de forma documental qual cor exata foi utilizada em nossos Thunderbolts, assume-se o que estava definido formalmente.
Os P-47 do GAvCa foram recebidos em cinco lotes entre junho e novembro de 1944, sendo apenas os quatro primeiros camuflados. Quando o Grupo chegou à Itália apenas os três primeiros lotes estavam disponíveis no depósito em Nápoles. Isso causou certa confusão ao longo do tempo, já que textos da época mencionavam que "todos os Thunderbolts no depósito eram verdes", o que futuramente foi erroneamente interpretado como "todos os Thunderbolts originais do 1º GAvCA eram camuflados". À época, Nero Moura optou por trocar uma das aeronaves do Grupo por outra dos estoques da USAAF, sem camuflagem.
"Quando chegamos no depósito onde nossos aviões estavam sendo montados e entregues ao nosso pessoal, observei que todos eram iguais, mas em um canto havia um diferente. Pensei comigo mesmo: Eu sou o comandante e por que não o meu avião ser diferente dos outros? Perguntei aos americanos se haveria alguma objeção em me ceder o avião prateado. Como eles disseram que não, ele se tornou o avião que utilizei na Itália."
Nero Moura
Conforme mencionado houve, entretanto, um último bloco de oito aeronaves enviado dos EUA já com as marcas da FAB mas sem camuflagem (P-47D-30, seriais de 44-20799 a 44-20806) e que foi recebido em Nápoles entre meados e o final de novembro de 1944, depois de iniciadas as atividades do Grupo. Somente uma dessas aeronaves, o P-47D s/n 44-20800, veria serviço com o GAvCa como o segundo "B4" do Tenente Dornelles, enquanto os demais seriam desviados para a USAAF a partir de janeiro de 1945.

P-47D-25-RE s/n 42-26766 "B4", pertencente ao 1º lote de Thunderbolts enviados à Itália.
Foto: Museu Aeroespacial.

P-47D-27-RE s/n 42-26786 "D4", pertencente ao 2º lote de Thunderbolts enviados à Itália.
Foto: Biblioteca do Exército

P-47D-28-RE s/n 44-19662 "D5", pertencente ao 3º lote de Thunderbolts enviados à Itália.
Foto: Museu Aeroespacial.
Posteriormente, aeronaves de reposição vindas dos estoques americanos, também sem camuflagem, seriam utilizadas pelo Grupo, o que disseminou a errônea crença de que "todos os Thunderbolts em metal natural do Grupo eram aeronaves de reposição vindas dos estoques americanos". Nestas aeronaves havia apenas uma faixa antirreflexo ('anti-glare') em Olive Drab na parte superior da fuselagem, faixa essa com a função de evitar que a luz do sol refletisse na chapa metálica e ofuscasse o piloto. Essa faixa ia da extremidade anterior da carenagem do motor até o começo da empenagem vertical. Em aeronaves que tiveram a quilha dorsal colocada em campo o final da faixa antirreflexo acabava sendo coberto pela quilha. As fotos de algumas das aeronaves camufladas podem eventualmente dar a impressão de que elas também possuíam uma faixa antirreflexo em cor mais escura, às vezes interpretada como preto. Na verdade, essa faixa de cor mais escura nada mais é do que a repintura do local da faixa com o mesmo verde, a tinta mais nova parecendo ser uma cor mais escura. Como na área demarcada pela faixa um eventual reflexo num pedaço sem tinta poderia atrapalhar o piloto, procurava-se manter a pintura sempre em boas condições.
Obs.: Não confundir "metal natural" (a chapa metálica estava efetivamente sem pintura alguma) com a pintura em Alumilac (Aluminium Lacquer), esta sim uma pintura na cor alumínio, mais fácil de ser mantida em boas condições do que o metal natural aplicada aos P-47 da FAB no pós-guerra
Superfícies Internas
As superfícies internas eram, em boa parte, recobertas com primer protegendo-as da corrosão e, dada a toxicidade do primer, da proliferação de matéria orgânica.
O primer utilizado nas aeronaves de fabricação americana era o Cromato de Zinco (Zinc Chromate, especificação AN-TT-P-656), cuja formulação foi desenvolvida pela Ford Motor Company ao final da década de 20. Posteriormente passou a ser utilizado na indústria aeronáutica e pelo Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos (USAAC) a partir de 1933. A cor original do Cromato de Zinco (ZnCrO4) usado para produção do primer é um amarelo esverdeado brilhante, mas por ser um produto cuja principal importância era a formulação química e não a cor final, sua cor podia variar conforme o local de produção (Ford, DuPont, Berry Brothers etc.) sem que a isso fosse dado importância. Além disso, não era 100% opaco, tendo um certo grau de translucidez, o que fazia com que sua cor após a aplicação variasse também em função da cor da superfície sobre a qual foi aplicado, já que o mais comum era o primer ser aplicado em camada única. Eventualmente pigmento - geralmente preto - era adicionado ao primer com as seguintes finalidades:
- Fosquear o primer, evitando brilhos e reflexos em locais indesejados como o cockpit.
- Aumentar a originalmente baixa resistência aos raios ultravioleta e, consequentemente, aumentar a resistência ao desgaste em áreas de maior exposição à luz.
- Ser usado quando uma segunda camada de primer era necessária, ajudando a diferenciar locais com uma ou mais mãos de primer através da cor.
Dependendo da quantidade de pigmento preto adicionado o tom do primer podia variar do verde claro até o verde escuro. Algumas dessas variações de cor acabaram sendo conhecidas por nomes específicos como "Yellow Zinc Chromate (YZC)" (amarelo esverdeado original), "Green Zinc Chromate" ou "Interior Green" (verde claro) e mesmo "Salmon Pink" (Cromato de Zinco misturado com pigmento vermelho, usado pela Vought). Devido à variação de cores entre os diferentes fabricantes de aeronaves, o primer tingido foi posteriormente padronizado como Green Zinc Chromate ANA 611.
No caso do P-47, o "Erection & Maintenance Manual - P-47 Series" define que:
- Para uso geral com pistola de pintura o Cromato de Zinco deveria ser diluído na proporção de 1: 1.
- Para uso no cockpit seria adicionado o pigmento preto ("Tinting Enamel - Black"), sem especificar a quantidade. Na prática, a mistura resultou em um verde escuro que ficou conhecido como "Dark Dull Green", conforme mostram fotos de época e peças não restauradas de P-47D da FAB preservadas no Museu do Expedicionário e Museu TAM.
O Cromato de Zinco sem pigmentação era usado em partes como porão de rodas, parte interna das portas do trem de pouso, cofre das metralhadoras, cofres de munição e parte interna de suas respectivas tampas, porão da roda da bequilha, entre outros.
As faces internas da cobertura do motor (do firewall para a frente) não eram pintadas, ficando no próprio alumínio anodizado. A entrada de ar do supercharger, entretanto, aparece claramente como sendo da cor Neutral Gray em aeronaves camufladas, sendo em metal natural nas aeronaves sem camuflagem.
Fotos de época mostram aeronaves com pernas de trem de pouso pintadas em Olive Drab, sempre em aeronaves do bloco D-25, corroborando o que é citado por alguns autores sobre este padrão (comum até o bloco D-23, último bloco dos chamados "Razorbacks") ter sido continuado até pelo menos parte da produção dos D-25. Nos demais subtipos a perna do trem de pouso era na cor alumínio.
Cor | Código ANA | Código FS (aproximado) |
---|---|---|
Yellow Zinc Chromate | - | 33481 |
Green Zinc Chromate (Interior Green) | 611 | 34151 |
Dark Dull Green | - | 34092 |
Obs 1.: O código FS é mencionado apenas como uma referência auxiliar, já que na época essa classificação ainda não existia. Os códigos utilizados são os das cores que normalmente são consideradas como as que mais se aproximam, não sendo necessariamente uma coincidência exata.
Obs 2.: As cores acima são meramente ilustrativas, já que podem variar com o dispositivo no qual não vistas e com a calibragem do monitor.
Marcas Pessoais
Os P-47 do 1º GAvCa tinham, normalmente, o nome de seu piloto titular pintado no lado esquerdo da fuselagem, logo abaixo do canopy. Abaixo no nome do piloto normalmente ficavam os nomes dos mecânicos da aeronave. Nas aeronaves com camuflagem em cinza e verde, esses nomes eram pintados em letras brancas ou mesmo amarelas. Nas que tinham acabamento em metal natural, eram pintados em preto.
O número de missões efetuadas pelo piloto era marcado desenhando-se pequenas bombas também no lado esquerdo da fuselagem. Inicialmente agrupadas em conjuntos de cinco, essas pequenas bombas começaram sendo desenhadas em pilhas verticais, de dez em dez, mas conforme o número de missões aumentou foram repintadas em fila única em direção à cauda da aeronave. Nas aeronaves com camuflagem em cinza e verde, as marcas de missão eram pintadas em amarelo. Nas que tinham acabamento em metal natural, eram pintadas em preto.
Há, entretanto, algumas exceções fotograficamente registradas:
- C1 do Cap. Fortunato - marcas de missão agrupadas de dez em dez e uma swastika pintada sobre a missão na qual ele destruiu uma aeronave da Luftwaffe no solo.
- C5 do Ten. Av. Pedro de Lima Mendes - nome do piloto e mecânicos do lado esquerdo, mas marcas de missão do lado direito da fuselagem.
- B3 do do Asp. Av. Raymundo da Costa Canário - nome do piloto e mecânico e marcas de missão do lado direito da fuselagem.
- B6 do Ten. Lara, A5 do Ten. Keller e o 2º B4 do Ten. Dornelles - marcas de missão pintadas em duas fileiras.
Existem alguns casos comprovados de nomes colocados em aviões, como o "Trozoba" (A4) do Ten. Alberto Martins Torres. Um segundo P-47 tem um nome semelhante a "Frev o" pintado na fuselagem. Ambos os nomes, porém, foram apagados por ordem de Nero Moura, possivelmente por conta do nome dado ao A4 e de modo a evitar que outros de iguais calibre surgissem, visto que não pegariam bem em fotos de propaganda.
Segundo depoimento do próprio Torres, o nome "Trozoba" foi apagado com uma camada de tinta grossa o suficiente para cumprir a ordem, mas fina o suficiente para que pudesse ser lido de perto. Houve ainda o caso do "Arlette", cujo nome foi pintado especificamente para ser fotografado junto ao Ten. Miranda Correia (Arlette era o nome de sua então noiva, a francesa Arlette Jasmine Lucienne Rose Vincent), sendo apagado em seguida.
Sobre pin-ups, conhecem-se apenas dois casos: o próprio "Arlette" que tinha a pin-up "Some Pumpkin", de Alberto Vargas, publicada na edição de outubro de 1941 da Revista Esquire, e outra aplicada na fuselagem do 2º B6 (P-47D-28-RA Thunderbolt nº 42-28986), comprovadamente retirada de uma das fotos femininas penduradas nas paredes dos quartos do alojamento dos oficiais em Pisa mas ainda não identificada. Apesar de apenas essas duas terem suas existências fotograficamente comprovadas, é possível que outras tenham existido.