Tão logo instalou sua base na Itália, o 1º GAvCa passou a atuar sob o comando do 350th FG (Fighter Group), 12th AF (Air Force) e, a exemplo dos demais esquadrões deste, em seguida recebeu o código de chamada (call-sign), para comunicações táticas e coordenação operacional, com o qual iria operar: Jambock.

Eram os seguintes os nomes códigos utilizados pelo 350th Fighter Group:

  • 1º Grupo de Aviação de Caça → Jambock
  • 345th Fighter Squadron → Lifetime
  • 346th Fighter Squadron → Minefield
  • 347th Fighter Squadron → Midwood
  • Torre de Controle de Pisa → Black Ball Tower
  • Controle Radar sobre os Apeninos → Hubbard
  • Destacamentos Aerotáticos → Rover Joe e Rover Pete

Segundo mensagem recebida do XII Fighter Commanda e repassada pelo Comando do 350th Fighter Group aos líderes de esquadrão em 18/10/1944, os códigos de chamada de cada esquadrão, incluindo o Jambock do 1º GAvca, passou e vigorar oficialmente a partir das 18h00 de 20/10/1944. 

À época, os aviadores brasileiros questionaram o significado de tal nome, sendo informados pelo comando americano que Jambock significava 'chicote'. Apesar de ter sido dado pelos americanos, tal nome não consta nos principais dicionários da língua inglesa e foi somente em 1969 que os veteranos do 1º GAvCa descobriram que o Jambock não era simplesmente um chicote, mas um chicote normalmente feito com couro de rinoceronte, e que o nome Jambock era uma grafia americanizada da palavra sjambok, onde o S inicial caiu e um C foi colocado antes do K.

Segundo o 'The American Heritage Dictionary' (3rd Ed., 1994), é a seguinte a definição de sjambok:

sjam·bok (Sul Africano)
     s. - Chicote pesado, normalmente feito de pele animal.  
     v.t. - Bater com um sjambok.
     [Afrikaans, do Malaio cambuk (chicote), do Hindi cãbuk, do Persa chãbuk.]

sjambock tem sua origem na Indonésia, onde havia o sambok, uma vara de madeira utilizada para castigar escravos. Posteriormente o sambok foi levado para a Malásia e de lá seguiu junto com os escravos malaios que foram levados para a África do Sul. Lá, o sambok de madeira foi substituído por um outro feito de couro animal (normalmente rinoceronte) e a palavra sambok foi introduzida na língua Afrikaan, sendo que os ingleses passaram a adotá-la, grafando-a como sjambok. Também é conhecido como imvubu na língua Zulu, kiboko em Swahili e mnigolo na língua Malinké, nomes esses cujo significando é hipopótamo.

No Congo Belga era conhecido como fimbo e usado para castigar os locais que se recusavam ao trabalho forçado e que recebiam vinte chicotadas, número posteriormente reduzido para dez, depois para seis em 1949 e depois progressivamente para quatro e duas, até que a punição através do açoitamento foi final e tardiamente banida em 1955.

Uma versão do sjambok feita de plástico foi utilizada pela polícia Sul-Africana até 1989, especialmente no controle de tumultos e era visto como um resquício da era do Apartheid no país. Também é usado para tocar o gado e, de forma bastante comum, como uma arma de defesa pessoal, especialmente contra cobras (contra as quais o sjambock é bastante efetivo) ou outros animais.

"Por uma ironia dos fatos, o chicote utilizado pelos brancos contra os escravos africanos, indonésios e malaios passou a ser usado contra os 'arianos puros' de Adolf Hitler, manejados por brasileiros livres que foram à Itália defender a liberdade e a democracia."
Brig. Rui Barbosa Moreira Lima, no livro "Senta a Púa".

Jambock permanece ainda hoje como o código de chamada dos caçadores do atual 1º Esquadrão do 1º Grupo de Aviação de Caça (1º/1º GAvCA), baseado na Ala 12, Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, preservando e honrando, assim, a tradição dos veteranos da Itália.